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Pesquisa da UFPB demonstra benefícios ambientais da utilização de fornos solares

O estudo é desenvolvido por mestranda e professoras do Programa de Pós-graduação de Energias Renováveis (PPGER) da UFPB
publicado: 19/05/2023 16h50, última modificação: 19/05/2023 16h50

O preparo de alimentos em fornos solares, equipamentos que utilizam a radiação do sol para aquecer ou cozinhar, é benéfico não apenas do ponto de vista econômico, mas também ambiental. É o que afirma cientistas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) na pesquisa de avaliação ambiental ‘Determinação de cargas ambientais associadas a um protótipo de um forno solar como estratégia para sustentabilidade’, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade de Zaragoza, na Espanha.

A pesquisa faz parte do projeto de mestrado de Camilla Pereira Soares, do Programa de Pós-graduação de Energias Renováveis (PPGER) da UFPB, que é orientada pelas professoras Mônica Carvalho, do mesmo programa de Pós-graduação, e Silvia Guillén-Lambea, da Universidade de Zaragoza. 

O experimento com os fornos solares - que consistiu no cozimento de um bolo simples de 750 gramas - foi conduzido por Raimundo Vicente Pereira Neto, mestre em Engenharia Mecânica que compõe a equipe do Laboratório de Máquinas Hidráulicas e Energia Solar da UFRN. Em seguida, os dados foram repassados à equipe da UFPB para realização da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), uma metodologia que quantifica impactos ambientais.

Nos resultados iniciais do estudo, demonstrou-se que os fornos solares têm baixa emissões se comparados com fornos convencionais. Segundo Camilla, a utilização desse equipamento reduziu em aproximadamente 70% as emissões anuais de GEE [Gases de Efeito Estufa] quando a destinação dos componentes do dispositivo solar é a reciclagem. 

A mitigação dos GEE acontece principalmente porque os fornos solares não necessitam do gás de cozinha para operar. De acordo com Camilla, o processo que explica o funcionamento desses utensílios é o mesmo do efeito estufa na atmosfera. “A radiação solar que chega à superfície do equipamento penetra a área transparente e fica armazenada dentro do forno, aumentando a temperatura na parte interna do equipamento, o que possibilita o preparo dos alimentos”, explica a cientista. 

A temperatura média no forno solar utilizado na pesquisa, durante os testes realizados entre às 10h e 12h, chegou a 120ºC. Nessa temperatura, um bolo simples levou 70 minutos para ficar pronto. Em um forno que utiliza gás de cozinha a 180ºC, o quitute é finalizado em 40 minutos. Apesar do cozimento mais lento, os benefícios econômico e ambiental superam a desvantagem da duração temporal maior no preparo dos alimentos.  

Para Camilla, a tecnologia precisa de incentivos que ajudem na sua popularização e aceitação pelos consumidores, uma vez que o uso desses equipamentos de baixo custo pode ser uma estratégia para cozimento de alimentos em regiões menos desenvolvidas. 

“O estudo desenvolvido na UFPB se ateve ao impacto ambiental, mas na literatura sobre o tema os cientistas não observaram alterações de sabor e todos os alimentos foram cozidos e assados”, observa a pesquisadora. 

Sobre Fornos Solares

Os modelos de fornos solares mais comuns são os do tipo parabólico, plano e caixa. O protótipo adaptado utilizado no estudo é do tipo caixa, pertence à UFRN e foi produzido com baixo custo, a partir de materiais oriundos de uma estante de ferro em desuso, além de espelhos, vidros e poliestireno expandido (isopor) reutilizado. 

Sua manutenção também é de baixo custo, já que é dispensável o gás de cozinha, cujo valor médio no país em março deste ano, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de R$ 105,00.

Fotos: Divulgação
ASCOM UFPB